Visita Técnica à Nascente do Rio Kwanza
  sexta-feira, 16 de maio de 2025
  Bié,Cuito-Angola

No dia 16 de maio do presente ano, a equipa técnica do Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas (CETAC) realizou uma visita técnica de constatação e monitorização à nascente do rio Kwanza, situada no município do Mumbué, um dos 19 municípios da província do Bié.


A comitiva foi calorosamente recebida por uma delegação da Administração Municipal do Mumbué, liderada pelo Senhor Administrador Municipal Adjunto, em representação de Sua Excelência, a Senhora Administradora Municipal.


Esta acção enquadra-se no âmbito dos estudos contínuos promovidos pelo CETAC sobre as nascentes da região do Planalto Central, com especial foco na conservação dos recursos hídricos e na avaliação dos impactos ambientais provocados pelas alterações climáticas nas zonas de nascente.


Durante a visita, foram observadas e registadas diversas condições ambientais que evidenciam o estado actual da nascente, nomeadamente o estado da vegetação ripícola, a presença de actividades antrópicas nas imediações, a qualidade da água, sinais de assoreamento e potenciais fontes de contaminação.


A equipa destacou a importância estratégica da nascente do rio Kwanza, não apenas para a bacia hidrográfica a que pertence, mas também para o abastecimento de água e o equilíbrio ecológico da região. Reforçou ainda a necessidade de maior atenção na implementação de infraestruturas de acesso, de modo a evitar impactos negativos que comprometam a integridade do olho d’água. Um exemplo preocupante identificado foi a abertura recente de uma estrada nas proximidades da cabeceira da nascente, a qual, devido ao escoamento das águas pluviais, originou deslizamentos de terra e alterou negativamente o estado natural da área uma situação prontamente condenada pela equipa técnica.


A fauna associada à nascente do rio Kwanza revela-se bastante rica. De acordo com relatos de representantes da Administração Municipal do Mumbué, a região é habitat de diversas espécies, incluindo onças, cabras-do-mato, javalis, antílopes e coelhos. Durante a visita, a responsável pela área de ecologia animal do CETAC identificou pegadas que, presumivelmente, pertencem a onças. Foi também realizada uma amostragem activa de artrópodes, abrangendo várias ordens, os quais se assumem como importantes bioindicadores da qualidade ambiental da nascente.


O CETAC continuará a monitorizar esta área sensível e a desenvolver acções de investigação aplicada e educação ambiental, promovendo a preservação sustentável deste recurso natural vital, assegurando a sua resiliência e funcionalidade ecológica a longo prazo.